O que esperar do próximo governo

  Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza

Embora discorde da obrigatoriedade do voto, no próximo dia 26 estaremos exercendo o dever cívico e o democrático direito de votar para presidente da república. Acredito que a liberdade e o salutar exercício da cidadania constituem-se no principal pilar da democracia, contrariando a famigerada exigência do voto para todos, incluindo aí os beneficiários das diversas bolsas ditas sociais por um dadivoso governo. Lamentavelmente, a obrigação induz à escolha tendenciosa do candidato. Sem sombra de dúvida, preferencialmente tal população beneficiada, até por medo de perder o benefício ou qualquer outra motivação, acabará votando no candidato da situação. E este equívoco democrático induz o governante a sempre alimentar uma população carente e cada vez mais dependente dos favores governamentais. Isso, além de ser um engodo social, praticado muito mais com fins eleitoreiros, do que realmente para suprir as necessidades dos mais pobres, contribui negativamente para as relações envolvendo capital e trabalho e proporcionando conseqüências danosas ao progresso e desenvolvimento da rica nação brasileira.

Acredito, por esta e outras razões, que a solução para os graves problemas sociais que infelizmente ainda convivemos neste imenso País de dimensões continentais, está exatamente na ampliação e execução da força de trabalho digno com remuneração compatível, que tanto almejamos e que pode ser alcançado através do bom emprego das atividades econômicas, sejam da agropecuária, da industria e comercio, quanto do setor da prestação de serviços.

Basta vontade política e perseverança de propósitos!
Porém, é também evidente que este satisfatório quadro de primeiro mundo só se tornaria possível com um governo sério e competente, disposto a promover ações e programas de estímulo ao desenvolvimento econômico e social do País.
Desta forma, o que se pode esperar do próximo governo além, é claro, da probidade administrativa, da honestidade no trato da coisa pública e do acatamento aos princípios que norteiam a moralidade e a ética na prática das atividades governamentais e políticas?

Simplesmente, desejamos um governo que apenas governe. Que exerça seu mandato com dignidade e olhos voltados para suas obrigações constitucionais, que cuide da área social sim, mas reconheça a extraordinária importância dos segmentos produtivos e da economia como um todo, para benefício de toda a sociedade. Que não desconheça a inflação como verdadeiro flagelo notadamente para a população mais desprovida e que cuide, portanto, com todo o zelo de nossa economia, alavancando as produções agrícolas e industriais, bem como as exportações, especialmente as de bens manufaturados para a criação de mais frentes de trabalho e conseqüente aumento do PIB e melhoria dos índices sociais de nosso País.

É indesejável um governo empresário, estatizante e distributivista, negociador de verbas e cargos, que acaba por desaguar o campo político num lamaçal fétido de grande proporção, transformando o Estado brasileiro num monstrengo aparelhado com enorme cabide de empregos para apaniguados e ministérios sem função ou necessidade. É igualmente frustrante vermos reinar a impunidade, o aumento brutal da criminalidade e a omissão de governantes diante de tantos escândalos de corrupção, como é altamente nocivo para a nação o emprego na administração pública de ideologias contrárias aos verdadeiros princípios democráticos, onde deve imperar o estado de direito e o respeito às leis vigentes.

Deploramos a situação vexatória a que fomos expostos face a incoerências e subserviência de nossa diplomacia, cujas distorções clamam por urgentes correções.

Queremos um Brasil forte, pujante e trabalhador, governado por alguém comprometido com o bem estar dos brasileiros e imbuído do sentimento de patriotismo, que diferencia o bom do mau político.

Espera-se por um governante competente e que saiba agir com eficiência e acuidade, fazendo retornar o Brasil ao patamar vanguardeiro da América do Sul e merecedor do respeito internacional, de onde nunca deveria ter apeado. Que cuide de nossas fronteiras abertas e à disposição de traficantes e criminosos e sobretudo arme e fortaleça as forças armadas, verdadeiras guardiães da soberania nacional.

Enfim, como tantos outros brasileiros, espero voltar a sentir orgulho de meu País!!

*presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto