O dia das Mães

  HOJE, eu não quero falar de agricultura ou de produção agrícola e dos problemas que continuam afligir aos produtores rurais. Não quero falar de temas econômicos ou políticos e nem quero me referir aos inúmeros assuntos que permeiam as atividades agropecuárias.

Hoje eu quero, modesta e sinceramente, apenas expressar uma pequena e singela homenagem à rainha de Maio: a mãe querida de cada um de nós!

Antes de tudo, imagino que o dia das mães deveria ser aquele dia em que todos os filhos, sejam pequeninos ou adultos, elevassem seus corações em prece de celebração e agradecimento. É o dia de agradecer o privilégio divino de ter a mãe presente e também de agradecer a Deus por ter acolhido aquelas que já se foram.

Cá entre nós, oficialmente o dia das mães é celebrado no segundo domingo de maio. Todavia, a comemoração mais antiga deste dia ímpar e solene se deu na Grécia, quando iniciava a primavera nos tempos de comemoração à mãe dos deuses, chamada Reia.

Inobstante, toda a tradição de homenagens em todo o mundo pelo dia das mães, fosse eu um poeta e, com toda a dedicação e fervor, escreveria a poesia mais bela e tocante, onde as palavras só poderiam falar de amor, ternura e compreensão. E, como muito apropriadamente, deixaria para a voz do coração expressar toda a gratidão de um filho que, hoje, pode compreender, quanto de renúncia e perdão existe num coração de mãe, expressão máxima de amor, que transborda de alegria quando abraça o filho sempre querido.

Infelizmente, não o sou! Não sei fazer rimar frases e torná-las tão lindas quanto deveriam para homenagear as mães. Por isso, escolhi um pequeno trecho da poesia "Para Sempre", de Carlos Drummond de Andrade, que diz:
"Por que Deus permite que as mães vão-se embora?. Mãe não tem limite, é tempo sem hora, luz que não apaga...Morrer acontece com o que é breve e passa sem deixar vestígio. Mãe, na sua graça, é eternidade. Por que Deus se lembra, mistério profundo, de tira-la um dia? Fosse eu rei do mundo, baixaria uma lei: Mãe não morre nunca, ficará sempre junto de seu filho e ele, velho embora, será pequenino, feito grão de milho".

É verdade. Todo filho, ainda que adulto, para a mãe será sempre pequenino e a mãe, para ele, será sempre um reduto de carinho e um abrigo de amor, sempre com disposição para curar todos os ferimentos, até mesmo os da paixão.

Mãe, mulher feminina, doce e frágil. Amorosa, terna, acolhedora e sorridente. Meiga e humilde pode se transformar numa leoa corajosa e briguenta, disposta a lutar qualquer luta por seus filhos.

Mãe é quase que indescritível... é aquela figura maravilhosa, ás vezes mais severa, outras nem tanto, que por mais que nos esforcemos jamais poderemos defini-la com precisão. É um ser sublime, admirável e generoso por excelência, que encontra na família sua principal razão de viver. É aquela que, quando se trata da felicidade do filho, não mede esforços, torna possível o que parecia impossível e, tenta de todas as formas achar uma maneira para conciliar todas as dificuldades impostas em busca da solução almejada. Compatibiliza suas tarefas do dia a dia com a missão de criar os filhos. Em uma única palavra: Mãe é amor!

Pelo que representa este dia e por tudo o que sentimos por nossas mães, ofereço a todas elas uma flor, como símbolo da gratidão e respeito que merecem. Particularmente, à minha amada mãe, que há tempos se foi, rezo uma prece, na esperança de um dia reencontrá-la, abraçá-la e novamente chamá-la: Mãe!

Joaquim Augusto SS Azevedo Souza
*presidente da Associação e do Sindicato Rural de Ribeirão Preto