Trabalho Rural

  
Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza

O trabalho rural, pelo que aprendi, é uma atividade laboral remunerada no âmbito da agricultura, voltada para a produção agropecuária e praticada segundo as normas e preceitos da legislação vigente. Como qualquer outra fonte de trabalho digno, serve para proporcionar sustento a milhões de pessoas através da geração de renda e emprego, fortalecendo a cidadania e o bem estar dos trabalhadores e seus dependentes.

Embora equiparado ao trabalho urbano por uma legislação equivocada, o trabalho rural tem características próprias, certamente inconfundíveis com o trabalho das fábricas, das mineradoras, das empreiteiras de obras públicas, das prestadoras de serviços ou da prática geral de comércio. Diferentemente de outras, as atividades rurais atingem, durante o ano agrícola, períodos de maior ou menor intensidade de trabalho, de conformidade com as exigências das lavouras fundadas. Por exemplo: na época do plantio seguem-se os ditames do tempo, e, em obediência à força das intempéries, procede-se à semeadura. Em seguida, de acordo com a evolução das plantas, é preciso cultivar. E no tempo da colheita, com os frutos maduros, é preciso que se colha. Não há alternativa para o agricultor: ou obedece a dinâmica agrícola ou perece!

Por isso, nessas ocasiões, comumente aumenta a intensidade de trabalho, de forma a exigir um pouco mais de todos os envolvidos na atividade.

Por outro lado, em determinadas épocas do ano, especialmente no período mais chuvoso ou aquele em que as lavouras já cultivadas aguardam pelo momento propício de colheita, o trabalho rural diminui sensivelmente e quase descansa em contrapartida aos períodos mais agudos como os retro mencionados. São peculiaridades da agropecuária que, às vezes, até ocasionam dificuldades aos empregadores ou seus prepostos na distribuição dos serviços. Há, ainda, a diferença de horário do trabalho rural que, via de regra, começa e termina mais cedo do que o urbano. Existem ainda muitas distinções, porém é imperioso se lembrar que o trabalhador do campo, que gosta de usar chapéu e camisa de manga comprida e botinas no pé, exerce um trabalho que o enobrece tanto quanto aos demais trabalhadores do País. Não é um coitado, como imaginam alguns, ou uma vítima de maus empregadores, como pensam outros mal informados. São, sim, cidadãos dignos que, ainda que desprovidos de mais cultura por omissão do Estado, recebem cursos profissionalizantes através da rede Senar, abrangendo todo o elenco de atividades rurais, que melhoram substancialmente seus conhecimentos e capacidade profissional. São muito bem assistidos e representados por suas respectivas Entidades de classe, afora toda a gama de informações vindas da imprensa, especialmente a televisiva. Porque procuram cumprir suas obrigações profissionais e merecer a remuneração que recebem, merecem também o respeito de nossa sociedade.

Em linhas gerais, este o conceito sobre o trabalho ru