A agricultura e o Desenvolvimento Sustentável

  
Joaquim Augusto S. S. Azevedo Souza

Desde a falência do modelo de reforma agrária, desgraçadamente imposto ao país, seus adeptos e ideólogos buscaram outras fontes de desavenças, criando polêmicas e conflitos políticos onde pudessem achar campo fértil para desenvolver suas múltiplas atividades.

Coincidentemente ou não, mas concomitantemente, foi apresentado ao Congresso Nacional projeto de um novo Código Florestal. Prato cheio para os que já nutriam a expectativa de uma nova bandeira de lutas, supostamente de esquerda, para se tornarem os pseudos paladinos da defesa ambiental.

Mal sabiam que se tornavam, apenas, massa de manobra de ONGS internacionais e interesses externos. Pobres ingênuos! Tanto gritaram que fizeram do Código Florestal um discurso de surdos!

Daí em diante, entre tantas outras falácias e chavões, começamos a ouvir sobre "desenvolvimento sustentável" como sendo algo moderno ou uma nova prática de agricultura em nosso país. Nada mais enganoso!

A agricultura nacional sempre promoveu o desenvolvimento, ainda que no mais longínquo rincão, com a inegável capacidade de manter-se estável e, com maior ou menos índice de progresso, de acordo com as flutuações das políticas públicas endereçadas ao setor.

Recentemente a Comissão Mundial de Meio Ambiente da ONU definiu "Desenvolvimento Sustentável": é o que atende as necessidades do presente sem comprometer a possibilidade das futuras gerações atenderem as suas próprias necessidades.

E o que fez a agricultura brasileira , senão levar desenvolvimento, gerar riquezas empregos, ao longo de tantos anos de seus primeiros passos?

Não se pode negar a grande revolução agrícola brasileira dos últimos 50 anos, quando a produtividade de grãos cresceu 290% , o rebanho bovino 250% e a área utilizável apenas 39%. Por isso, a agricultura representa 25% do PIB e é a maior responsável pelo saldo positivo da balança comercial, ocupando 33% do território do país para a produção agrícola, pecuária e florestal, enquanto 61% são áreas preservadas e cobertas com vegetação nativa.

Os sucessivos ganhos de produtividade, com emprego de alta tecnologia e maquinaria de ponta, tanto na produção de grãos quanto na de cana de açúcar, resultaram numa economia de área igual a 59 milhões de hectares. Ou seja: para atingirmos os volumes produzidos hoje, de grãos, cuja produção aumentou de 1991 a 2012 em 176% e, cana de açúcar, que utiliza 8 milhões de hectares e produz volumes extraordinários a cada nova safra. Não fora a alta produtividade e teríamos que ter plantado mais 53 milhões de hectares de grãos e mais 6 milhões de hectares de cana de açúcar. Imaginaram?

Além disso, temos 7 milhões de hectares de florestas plantadas e a integração lavoura X pecuária, com a prática do plantio direto, vem transformando pastos degradados em novas áreas agricultadas. Mais: 48% da nossa energia é de fontes renováveis, como a hidroelétrica, a biomassa e os